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Por Cirilo Braga
20/11/2019
Odette dos Santos, eterna “Dama do Samba”. É a respeito dela que quero falar neste Dia da Consciência Negra, data que convida a refletir sobre a imensa dívida deste país com a população afro-descendente. Mas serve também para nos darmos conta da igualmente imensa contribuição cultural que a população afro-descendente nos ofereceu e oferece ao longo do tempo.
Odette dos Santos foi uma personalidade marcante. Nascida em 27 de agosto de 1929, filha de José e Nair Balthazar dos Santos, fundadores do Grêmio Recreativo Familiar Flor de Maio, com 12 anos ela já trabalhava. O súbito falecimento de seu pai a levou a ser muito cedo um esteio para a família, garantindo a manutenção de sua mãe e irmãos.
Vivendo num ambiente musical – desde os 4 anos já saía nos cordões carnavalescos -, ainda jovem ela criou com a diretoria do Flor de Maio a primeira escola de dança de salão de São Carlos. Fundou também a primeira escola de samba da cidade, “Odette e sua Escola de Samba”. Passou então a ser reconhecida como a principal carnavalesca são-carlense, a “Madrinha dos sambistas e das Escolas de Samba de São Carlos”.
No auge dos programas de auditório da Rádio São Carlos, lá estava Odette liderando os eventos pré-carnavalescos. Merendeira no Instituto de Educação Dr. Álvaro Guião, orientava os alunos para as danças típicas nas festas juninas, além de ensiná-los a tocar instrumentos de percussão.
Em 1974 foi tema de um samba enredo cujos versos diziam: “Ao carnaval com o corpo e alma entregou seu ideal sambando/com amor e com carinho alcançou/salve Odette, protetora do samba e da alegria/e na avenida meu senhor, ela jamais deixará de ser rainha”.
Odette faleceu em 11 de março de 1991, aos 61 anos, tendo seu nome dedicado ao Centro de Cultura Afro-Brasileira inaugurado em novembro de 2006