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Por Saocarlosagora.com.br
24/04/2018
Nobreza, grandeza, solidariedade, compaixão. Adjetivos não faltam para o gesto de Cláudia Tereza Lavandoski, 38 anos, que é assistida há 29 anos pela Acorde (Associação de Capacitação, Orientação e Desenvolvimento do Excepcional) de São Carlos.
Na manhã desta terça-feira, 24, o São Carlos Agora esteve presente na entidade filantrópica e conversou com Claudinha (como é carinhosamente chamada), que é portadora de Ataxia Hereditária (não possui atraso mental. Porém, tem sua coordenação motora seriamente comprometida).
Auxiliada pela pedagoga Isabel Cristina Ranieri, 38 anos, professora há um ano e meio na Acorde, o SCA teve o privilégio de entrevistar a doadora que mostrou um senso de compaixão e companheirismo indescritíveis.
Ela contou que seu cabelo estava abaixo de sua cintura quando cortou pela primeira vez. Na segunda oportunidade, o comprimento superava seus ombros.
Apesar de não ter onde doar, sempre guardou suas mexas. “Sempre quis doar. Essa ideia sempre foi minha. Mas não sabia onde. Queria ajudar alguém”, disse Claudinha. “Agora sei que meu cabelo irá fazer alguém que tem câncer feliz. Sempre tive vontade de ajudar alguma pessoa”, repetiu.
Foi quando a professora Isabel, teve ciência através da Comissão Paixão Sertaneja (através do seu marido, Lauriberto Bertoco), que havia a possibilidade da doação a Rede Feminina de Combate ao Câncer.
“Dei a ideia para a Claudinha e ela aceitou na hora”, disse Isabel, salientando que a doação será nesta terça-feira, às 14h, na sede da entidade. “Ela faz questão de entregar pessoalmente suas mexas”, completou a professora.
NOBREZA E GRANDEZA
Todos os funcionários da Acorde não escondiam nesta manhã a felicidade pelo gesto solidário de uma pessoa assistida pela entidade. “Nos estimula a fazer campanhas semelhantes. Se uma pessoa com deficiência teve essa sensibilidade queremos mostrar para a população que todos podem ser doadores. De cabelo, de sangue, de leite materno”, comentou. “Conversamos com a Claudinha sobre a doação e sua resposta foi extremamente encantadora. Ela quer fazer alguém feliz com sua doação. Sempre teve vontade de ter este gesto que renova o espírito das pessoas que tem amor no coração. Ela se mostrou muito solidária. Um exemplo para todos nós”, finalizou Isabel.
O QUE É ATAXIA?
Ataxia é descrita como a perda do controle muscular durante movimentos voluntários, como andar ou pegar objetos. Sintoma de uma condição subjacente, a ataxia pode afetar a fala, movimentos dos olhos, de engolir e outros músculos do corpo.
Do grego “a taxis”, a palavra ataxia significa “sem ordem ou coordenação”. Pessoas com ataxia têm problemas com a coordenação, uma vez que partes do sistema nervoso que controlam o movimento e equilíbrio são afetados.
A palavra ataxia é muitas vezes usada para descrever um sintoma de descoordenação que pode ser associado com infecções, lesões de outras doenças ou alterações degenerativas no sistema nervoso central. Também pode designar um grupo de doenças degenerativas específicas do sistema nervoso chamado as ataxias hereditárias.
Muitas situações podem causar ataxia, incluindo o abuso de álcool, AVC, tumor, paralisia cerebral e esclerose múltipla. Um gene defeituoso herdado também pode causar ataxia.
A ataxia pode afetar os dedos, mãos, braços, pernas, movimentos do corpo, da fala e oculares. Ela pode se desenvolver ao longo do tempo ou surgir subitamente. Entre os principais sintomas de ataxia estão:
FALTA DE COORDENAÇÃO
Andar cambaleante e uma tendência a tropeçar
Dificuldade com tarefas motoras que exijam precisão, como comer, escrever ou abotoar uma camisa
Alterações na fala
Movimentos de vai-e-vem involuntário dos olhos (nistagmo)
Dificuldade em engolir.
Tipos
As ataxias podem ser hereditárias ou adquiridas:
Hereditárias: As ataxias hereditárias são um conjunto de doenças cujo fator comum é serem geneticamente determinadas. Subdividas em dois grandes grupos, as ataxias hereditárias podem ser autossômicas recessivas e as autossômicas dominantes. Você pode herdar uma ataxia genética a partir de um gene dominante de um dos pais (doença autossômica dominante) ou um gene recessivo de cada pai (autossômica recessiva)
Adquiridas: as ataxias adquiridas não têm um componente genético envolvido, podendo ser causadas por abuso de álcool ou drogas, intoxicação por metais pesados ou por disfunções do sistema neuroimunológico (como a esclerose múltipla).
Causas
ATAXIAS ADQUIRIDAS
Dano, degeneração ou perda de células nervosas do cerebelo, parte do cérebro que controla a coordenação muscular, resulta em ataxia. Doenças que prejudicam a medula espinhal e nervos periféricos que conectam seu cerebelo para os músculos também podem causar ataxia. Entre as causas de ataxia adquirida podemos citar:
Traumatismo craniano
AVC
Ataque isquêmico transitório
Paralisia cerebral
Esclerose múltipla
Catapora
Síndromes paraneoplásicas (doenças degenerativas raras desencadeadas pela resposta do sistema imunitário a um tumor, mais comumente a partir de pulmão, ovário, mama ou câncer linfático)
Tumor
Reação tóxica a medicamentos, como benzodiazepinas
Intoxicação por álcool e drogas
Intoxicação por metais pesados, como chumbo ou mercúrio
Intoxicação por solventes, por exemplo aqueles usados para diluir tinta
Deficiência de vitamina B12 ou vitamina E.
Para alguns adultos que desenvolvem ataxia esporádica, nenhuma causa específica pode ser encontrada. Essa condição é conhecida como ataxia degenerativa esporádica, que pode tomar uma série de formas, incluindo atrofia de múltiplos sistemas, uma doença progressiva e degenerativa.
ATAXIAS HEREDITÁRIAS
Alguns tipos de ataxia e algumas condições que causam ataxia são hereditários. Se você tiver uma dessas condições, você nasceu com um defeito em um determinado gene prejudica a função das células nervosas do cerebelo e medula espinal. À medida que a doença progride, os problemas de coordenação podem piorar.
A pessoa pode herdar uma ataxia genética a partir de um gene dominante de um dos pais (doença autossômica dominante) ou um gene recessivo de cada pai (autossômica recessiva). Neste último caso, é possível que nenhum dos pais tenha o transtorno (mutação silenciosa).
Defeitos genéticos diferentes causam diferentes tipos de ataxia, a maioria progressiva. (fonte site Minha Vida)
Fonte original da notícia: http://www.saocarlosagora.com.br/cidade/mesmo-com-doenca-hereditaria-assistida-pela-acorde-doa-cabelo-para-a/101074/
Claudinha segura a mexa de cabelo que será doada para a Rede Feminina de Combate ao Câncer – Crédito: Marcos Escrivani