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MEMÓRIA SÃO-CARLENSE: AS TRANSFORMAÇÕES DA RUA GENERAL OSÓRIO

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A atual Rua General Osório no início da história de São Carlos do Pinhal chamou-se Rua do Paysandu (uma referência à ocupação da cidade deste nome pelo Exército Imperial na Guerra do Uruguai, terminada em 1865). Os historiadores atestam que, então, a rua concentrava “apenas alguns ranchos de palha de modestas sitiocas quebravam a rudeza da mata”.

No final do século 19, o trem já apitava na estação quando a chegada dos imigrantes sírio-libaneses e italianos deu novo desenho à rua, que mudaria de nome para homenagear o General herói da Guerra da Tríplice Aliança e começava a receber diversas casas comerciais.

Quando o Século 20 despontava, o principal centro de compras se deslocava da então da antiga “Rua do Comércio”, como era chamada a Avenida São Carlos, indo se instalar na General.

A partir de 1914, a rua esteve no trajeto dos bondes da linha 2 da Companhia Paulista de Eletricidade, ligando o Ginásio Diocesano à Santa Casa, sistema que funcionou por quase 50 anos, período em que a cidade experimentou grande desenvolvimento.

Por várias décadas, a paisagem da rua General Osório pouco se alterou, até que em 1966, quando os bondes já haviam saído de circulação, os ventos do progresso trouxeram o asfalto que encobriu os paralelepípedos. A substituição foi autorizada pela Lei 5411, na gestão do prefeito Antonio Massei.

Algumas casas de comércio mudavam de nomes, outras cristalizavam sua tradição na década de 1970, quando as cidades do mesmo porte de São Carlos ganhavam calçadões de comércio à moda das ruas do centro velho da capital.

Quando chegaram os anos 1980, havia algo de novo no centro comercial da baixada: o calçadão da rua General Osório até a rua José Bonifácio englobando o Largo de São Benedito: uma ideia antiga que virou realidade 9 de novembro de 1986. Nada seria como antes.

Lojas como as Casas Bichara, a Texidal, Sandolândia, Bernasconi, Gullo, Papelaria Iris, Pfaff, Maysa Joias e tantas outras fincaram âncoras na Rua General Osório por muito tempo se identificaram com o lugar. Para algumas delas, a fúria da enxurrada da economia do país foi mais forte que a dos temporais que causavam inundações.

Quando finalmente um shopping center se instalou na cidade, o calçadão resistiu com suas pastelarias, seus produtos populares e as promoções que faziam eco àquelas do passado quando o consumidor era festejado na “Semana do Freguês”.

Se ainda hoje, em tempos de comércio eletrônico o calçadão ganha avaliações positivas em sites de viagens como o TripAdvisor,é sinal de que talvez um “banho de loja” naquele espaço  possa ser melhor que reabrir a rua para o trânsito de veículos – uma ideia polêmica que sempre retorna.

Dos ranchos de palha da Rua do Paysandu aos bondes vermelhos da CPE, dos paralelepípedos às pedras portuguesas do calçadão, a General Osório é um pedaço de São Carlos que conta a história e revela as transformações da cidade.

O entorno desse lugar é onde São Carlos é mais autenticamente São Carlos, uma cidade que mereceria ser vista pela janela, como faziam os antigos que em tempos idos viam cenários muito diferentes dos de agora.

 

Do Saocarlosagora.com.br

01 SET 2017 – 04h07Por (*) CIRILO BRAGA

 

Fonte original da notícia: http://www.saocarlosagora.com.br/coluna-sca/memoria-sao-carlense-as-transformacoes-da-rua-general-osorio/91427/

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