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A minha história e a Cidade
Por Bene Silva IBS Pesquisas
Orlanda Góes nascida em São Carlos no dia 17/12/1928 é uma cozinheira aposentada que, no dia 19 de janeiro de 2018, com a deferência especial do casal Ademir e Maria Francisco que promoveram o nosso encontro e também cederam sua casa para que pudéssemos realizar esta gravação.
Aos 89 anos de idade, nos contou que ficou órfã muito criança e foi criada pelas tias, nunca se casou e nosso encontro foram momentos agradabilíssimos onde a “Landa” como é carinhosamente chamada por seus amigos e parentes, falou sobre sua infância na região do antigo Espraiado, atualmente Parque Ecológico, de quando a caminho da escola apostava corrida com o bonde.
Relembrou de suas primeiras professoras na Escola Paulino Carlos Dona Rita Martins, Dona Iolanda de Ângelo e Dona Maria Amélia do Amaral dona “Bebé” inclusive, do endereço onde ela morava na Rua Major José Inácio esquina com a Rua Rui Barbosa.
Lembrou da servente da escola Dona Josefa que as protegia no porão da escola para secar seus uniformes nos dias de chuva. Antes de irem para sala de aula, gostava de estudar mas pelas dificuldades da família, não pode dar sequência aos estudos.
Frequentou a catequese na igreja São Sebastião, falou sobre o bonde fechado que tinha apelido de camarão, em sua juventude frequentava o Grêmio Flor de Maio e lembra da rivalidade que havia entre as agremiações Clube Aliança, Clube das Garotas.
Todos os três eram clube da raça negra, nos contou sobre os desfiles de carnaval, sobre as lendas da época e também dos grandes bailes que haviam na época em São Carlos, Rio Claro, Campinas, Araraquara, Barretos dentre outras cidades e que era uma festa ir na estação de trem aos sábados a tarde, para ver a chegada das caravanas com moços e moças muito bem trajados que vinham nos bailes, lembrou também das grandes orquestras como “Nelson de Tupã” , “Suspiro de Espanha”.
Também foi 3ª princesa em um concurso no Grêmio Flor de Maio e lembra da participação do Prefeito Prof. Luiz Augusto de Oliveira “Luizão” que gostava de frequentar os bailes e as festas que tinham no clube.
Começou trabalhar muito cedo sempre como cozinheira em casa de família, trabalhou por 53 anos na casa da senhora Lourdes Pelegrini Colocati, de quem ajudou a criar todos os filhos, se lembrou com saudades dos cines São José, São Carlos, Cine Avenida e Cine Jóia, e também dos filmes “Tarde demais para esquecer”, “O céu é o limite”, “ E o vento levou”.
Falou também da gentileza e respeito que os rapazes tinham e até faziam serenatas, falou que a juventude não sabe se divertir, não tem respeito, também comentou que não aceita a discriminação racial e quando passou por situação dessa natureza, sempre reagiu em busca de respeito a seus direitos, e seu desejo de conhecer a África, nossa pátria mãe estas e muitas outras curiosidades estão descritas em 22 mini vídeos.
Infelizmente Dona Orlanda Góes faleceu dia 07/05/2019, mas deixou um legado de que está preservado com a produção e direção de Bene Silva, fotos de Vilma Silva e colaboração de Ademir e Maria Francisco, é a IBS Pesquisas preservando a história!
Fonte da matéria original: http://aminhahistoriaeacidade.com.br/2020/08/11/orlanda-goes/